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Félix de Souza Araújo (Cabaceiras, 22 de dezembro de 1922 — Campina Grande, 27 de julho de 1953) foi um político brasileiro, vereador de Campina Grande, no estado da Paraíba. Também foi poeta, tribuno, secretário de governo, ensaísta, crítico literário, escriturário, livreiro, radialista, jornalista e conferencista. Foi pai de Félix Araújo Filho, prefeito de Campina Grande.

Félix Araújo era filho de Francisco Virgolino de Souza e Nautília Pereira de Araújo, ambos também nascidos em Cabaceiras. Contraiu matrimônio com Maria do Socorro Douettes, em janeiro de 1947, com quem teve dois filhos: Maria do Socorro Tamar Araújo Celino e Félix Araújo Filho.

Cursou o primário em Cabaceiras e prosseguiu seus estudos no Colégio Diocesano Pio XI (Campina Grande) e no Liceu Paraibano (em João Pessoa). Concluiu o curso clássico em 1949. Foi aluno da Faculdade de Direito do Recife, escolhido orador de sua turma, porém foi assassinado por razões políticas pouco antes de concluir o curso.

T2Aos dezesseis anos, Félix de Souza Araújo já publicava artigos em jornais. Ainda no ano de 1938, Alceu Amoroso Lima reconheceu importante vertente de sua personalidade: a sua erudição.

Ainda em Cabaceiras, fundou o Jornal “Cruzeiro”.

É autor do poema em prosa TAMAR – escrito em 1940, publicado em 1945 – e também das obras DOR, FRATERNIDADE, POEMAS SOLTOS e CARROSSEL DA VIDA. O poema em prosa “TAMAR” mereceu destaque do jornal “O Globo”, em 17 de julho de 1945, mediante elogiosa crítica do romancista Eloy Pontes.

Foi pracinha voluntário da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Lutou nos campos da Itália contra o nazifascismo, em 1943. Foi correspondente de guerra e fundou o jornal “Cruzeiro do Sul”. Ao voltar, fixou residência em Campina Grande.

Criou o programa “A Voz dos Municípios” na Rádio Borborema de Campina Grande. Também, durante muitos tempo, manteve o programa “Carrossel da Vida”, com leitura de crônica diária na Rádio Caturité.

Filiou-se ao PCB, disputando, por este partido, duas eleições: em 1946, para deputado federal e 1947 para deputado estadual. Deixou o PCB em 1948.

Instalou livraria – a “Livraria do Povo” (1946) – incendiada, criminosamente, por adversários ideológicos, sectários de extrema direita.

Em 1947, Félix liderou a campanha de Elpídio Josué de Almeida a prefeito de Campina Grande. Foi secretário de Educação e Cultura deste governo, introduziu o “Cinema Educativo”. Coordenou a campanha eleitoral de José Américo de Almeida a governador da Paraíba (1950)..

Elegeu-se vereador mais votado de Campina Grande em 1951, pelo PL (Partido Libertador). Integrou as comissões de Justiça, Legislação e Redação e de Educação e Cultura (1951 a 1953).

Félix Araújo, caracterizado por rígidas e inegociáveis convicções ideológicas, acusa o governador José Américo de Almeida de ter se afastado dos ideais libertários que deram substrato e identidade à campanha de 1950. Escreveu o “Acuso”, manifesto contra o governador do Estado.

Denunciou a corrupção na Administração Municipal. Rompeu com o prefeito Plínio Lemos e com o governador José Américo de Almeida.

Em 13 de julho de 1953, quando presidia comissão que investigava as contas da administração municipal, foi baleado, pelas costas, por João Madeira, funcionário da prefeitura e guarda-costas do então prefeito de Campina Grande, Plínio Lemos. Momentos após o atentado, João Madeira foi encontrado – e preso – escondido na residência do citado prefeito.

Félix Araújo faleceu, em 27 de julho de 1953 (14 dias após o atentado), aos 30 anos de idade em decorrência dos ferimentos, na Casa de Saúde dr. Francisco Brasileiro, em Campina Grande – Paraíba. O assassinato de Felix Araújo “ganhou conotações e proporções políticas”, sendo identificado com as causas populares, com movimentos sociais e com as manifestações nacionalistas.

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