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Lygia Pape (Nova Friburgo, 1927 — 2004) foi uma gravadora, escultora, pintora, professora e artista multimídia brasileira, identificada com o movimento conhecido porneoconcretismo.

Lygia Pape nasceu em Nova Friburgo, no Rio, em 1927, deixou uma obra marcada pelo abstracionismo geométrico e por uma diversificação exemplar. Uma de suas obras mais instigantes é o Livro Noite e Dia, um conjunto de 365 peças de madeira diferentes umas das outras, em tons que vão do branco ao cinza. Importante representante da arte contemporânea no Brasil, Lygia possui uma trajetória artística que se inicia com o abstracionismo geométrico. Já na década de 1950 possuía renome na cena artística carioca e, em 1957, é uma das signatárias do manifesto neoconcreto, encabeçado por Ferreira Gullar e Hélio Oiticica.

Além de sua carreira artística, Lygia Pape lecionou na Faculdade de Arquitetura Santa Úrsula e na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Estudou com Fayga Ostrower. Participou da I Exposição Nacional de Arte Abstrata Nacional, em Petrópolis, em 1953. Expôs as xilogravuras Tecelares, com o grupo Frente, no Museu de Arte Moderna no Rio, em 1955. Em 1956, participou da Exposição de Arte Concreta no MASP e em Zurique. No final de 1956 e começo de 1957, participou da 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no Museu de Arte Moderna de São Paulo e no Ministério da Educação e Cultura, no Rio. Em 1958, apresentou no teatro do hotelCopacabana Palace o Balé Neoconcreto, de autoria sua com a participação de Reynaldo Jardim.

Em 1959, Pape e artistas como Hélio Oiticica, Lygia Clark, Ferreira Gullar, Reynaldo Jardim e Franz Weissmann romperam com o concretismo e publicaram no Jornal do Brasil o Manifesto Neoconcreto, marco inicial do neoconcretismo. No mesmo ano, participou da 5ª Bienal de São Paulo. Em 1959 tomou parte da 1ª Exposição Neoconcreta. Entre 1959 e 1961, Lygia realizou a trilogia Livro da Criação, Livro da Arquitetura e Livro do Tempo. A partir de 1960, iniciou uma série de projetos de esculturas em madeira. Em 1960, foi uma das convidadas para a célebre 1ª Exposição Internacional de Arte Concreta, em Zurique, na Suíça.

A partir de 1962, passou a trabalhar com cinema, fazendo cartazes, roteiro, montagem e direção, além de ampla produção de cinema autoral, trabalhando com equipamentos de 35mm , 16mm e super 8. Em 1967 participou da exposição “Nova Objetividade Brasileira” com a Caixa de Baratas e a Caixa de Formigas. Em 1968, no evento “Apocalipopótese”, mostrou seu objeto penetrável Ovo. Em 1969 exibiu numa favela o Divisor, pano de 30×30 metros com perfurações. Fez, em 1975, a primeira individual na Galeria Maison de France, no Rio de Janeiro. No ano seguinte, fez a exposição “Eat Me”, na Galeria Arte Global, em São Paulo. Ganhou bolsa de estudos da Fundação Guggenheim, Nova Iorque, permanecendo vários meses nessa cidade.

Com a morte de Hélio Oiticica, trabalhou na organização e divulgação da obra do amigo durante quase 10 anos.

Expôs sua produção neoconcreta na galeria Thomas Cohn, e na mostra “Modernidade” em Paris. Em 1990 mostrou Amazoninos, trabalhos em chapa metálica, recebendo prêmio da Associação Brasileira de Críticos de Arte. Com apoio de bolsa institucional da Fundação Vitae, realizou as Tteias # 7, combinando luz e pigmento. Em 2001, Lygia apresentou no Centro de Arte Hélio Oiticica, no Rio, a instalação Carandiru. Tem obras expostas na Bienal Brasil Século XX. Participou da mostra “Tendências Construtivas” no Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.

A artista foi uma das convidadas da quarta Bienal de Artes Visuais do Mercosul, em Porto Alegre, 2003. Mestre em estética filosófica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi professora da Faculdade de Arquitetura Santa Úrsula, de 1972 até 1985 e, de 1982, até a sua morte em 2004, lecionou na Escola de Belas Artes da UFRJ.

Lygia faleceu em 3 de Maio de 2004 no Rio de Janeiro com 77 anos.

Em junho de 2009, o Projeto Lygia pape, associação cultural elaborada pela própria artista em vida, monta a obra “Ttéia 1, C” para a abertura da 53ª Bienal de Veneza. A artista recebe homenagem póstuma com o prêmio “Refazendo mundo “.

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