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João Francisco Lisboa (Pirapemas, 22 de março de 1812 — Lisboa, 26 de abril de 1863) foi um político, historiador, jornalista e escritor brasileiro, a quem a Academia Brasileira de Letras conferiu o patronato da cadeira 18.

Primogênito de João Francisco de Melo Lisboa e D. Gerardes Rita Gonçalves Nina, fazendo os primeiros estudos em São Luís, interrompidos dos onze aos catorze anos, tempo em que vive na cidade natal. Com a morte do pai, segue novamente para a capital maranhense (1827), onde trabalha no comércio.

Em 1829 dedica-se novamente ao estudo, sendo aluno do afamado professor Francisco Sotero dos Reis, de quem mais tarde se desentende, e torna-se adversário.

Exerceu o jornalismo na cidade, então agitada por profundos movimentos revolucionários, e intensa vida cultural e ideológica – tempo em que ocorrem duas revoltas marcantes, a Setembrada (em 1831) e a Balaiada (de 1838 a 1841). Fundou em 1832 o jornal “O Brasileiro”, continuando a pregação interrompida com o fechamento de “Farol Maranhense”, de José Cândido de Morais. Em seguida reedita o “Farol”, que dirige por dois anos. Entre 1834-1836 dirige o “Eco do Norte”, que foi retirado de circulação, assim como o “Farol”.

Deixa, então, o jornalismo, ocupando funções públicas, sendo por três anos secretário de governo. Ingressa na política, concorrendo e ocupando por duas vezes a legislatura provincial.

Em 1838 retoma o jornalismo, participando, como entusiasta do Partido Liberal, da direção de “Crônica Maranhense”, ocasião em que eclodem os movimentos rebeldes no estado. João Lisboa é acusado, sem ter efetivamente culpa, de estar envolvido na Balaiada, o que o fez retirar-se da política por uns tempos, voltando-se para a literatura e à advocacia, como rábula.

Em 1848 retorna à Assembleia Provincial. Em 25 de junho de 1852 lança o “Jornal de Timon” – revista inicialmente mensal (cinco primeiros números) – e que foi publicada até o volume doze. Os dois últimos, feitos em Lisboa. Ali procedeu ataques a outro futuro patrono da Academia, Francisco Adolfo de Varnhagen, criticando-o por seu trabalho na “História do Brasil”, recebendo na capital lusa uma resposta panfletária do cunhado de Varnhagen, que também cuidou de ripostar no “Os Índios Bravos e o Senhor Lisboa” (1867].

Em 1855 foi ao Rio de Janeiro de onde partiu para Portugal, com a missão de reunir ali documentos históricos do Brasil, quando pesquisa também sobre Antônio Vieira. Lisboa já não contava com boa saúde, e veio a falecer ainda na capital portuguesa.

Colaborou na Revista Contemporânea de Portugal e Brasil  (1859-1865) editada em Lisboa.

Casou em 20 de novembro de 1834 com Violante Luísa da Cunha, sem filhos. Criou uma menina, parente da esposa.

Recebeu a alcunha de “Timon Maranhense”. Seu corpo, trasladado um ano após seu falecimento, foi sepultado no estado natal.

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