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Isabel Woodville, Widville ou Wydville (em inglês: Elizabeth; Grafton Regis, 1437 — Londres, 7 ou 8 de junho de 1492) foi uma rainha da Inglaterra, consorte do rei Eduardo IV.

Isabel Woodville nasceu em Grafton Regis, Northamptonshire, no ano de 1437. Era filha de Sir Ricardo Woodville, conde de Rivers e de Jaqueline de Luxemburgo, viúva do Duque de Bedford, irmão de Henrique V. Jaqueline era filha do conde de Brienne, de Conversano e de Saint Pol, sendo irmã de Catarina de Luxemburgo, duquesa da Bretanha.

Uma das damas de honra de Margarida de Anjou, ainda adolescente, Isabel se casou com Sir João Grey, 7º Barão Ferrers de Groby, em 1452. João era um forte partidário da Dinastia de Lencastre e morreu lutando por ela na Segunda Batalha de St. Albans, em 17 de fevereiro de 1461. Isabel teve dois filhos deste primeiro casamento: Tomás e Ricardo.

Não se sabe ao certo como Isabel e Eduardo IV se conheceram. Segundo uma lenda, depois da morte de seu primeiro esposo, Isabel iniciou uma disputa com a sogra pela herança do falecido e decidiu pedir a intervenção do rei na questão. Como não conseguisse entrar em contato com ele, Isabel o “emboscou” quando ele passava por uma floresta. O rei ficou tão impressionado com a astúcia da viúva que quis tomá-la por sua amante. Eduardo era um sedutor conhecido e tinha muitas amantes na época. Isabel, porém, se recusou a ser mais uma e insistiu em se casar com ele. Verdade ou não, o fato é que eles se casaram em segredo em 1 de maio de 1464, na casa dos Woodvilles, em Grafton Regis, testemunhados apenas pela mãe da noiva e por mais duas damas.

Na época, a mãe de Eduardo, Cecília Neville, Duquesa de Iorque, e o irmão dela, o Ricardo Neville, Conde de Warwick (também conhecido como “Fazedor de Reis”), conselheiro do rei, estavam organizando uma aliança com a França baseada num casamento entre Eduardo e a cunhada do rei francês. O casamento com Isabel causou grande rancor da parte de Warwick, e sua ligação com Eduardo foi se desgastando cada vez mais, na medida em que os parentes da rainha eram mais favorecidos que ele e sua família.

Warwick não foi o único a se ressentir com a maneira com que os parentes de Isabel ajuntavam favores e oportunidades lucrativas. Em 1480, por exemplo, quando Sir Antônio Grey, um cunhado dela, morreu, ele foi enterrado na Catedral de St. Albans com um bracelete que rivalizava com o do maior arcebispo daquela abadia. Mas isto não foi nada se comparado aos casamentos que ela arranjou para sua família. O mais polêmico foi o de seu irmão João, de vinte anos, com Catarina Neville, a abastada viúva do Duque de Norfolk, já sexagenária. Não que um casamento assim fosse incomum, mas porque a viúva era tia do Conde de Warwick.

Isabel também casou sua irmã Catarina, 26 anos, com seu pupilo Henrique Stafford, 2º Duque de Buckingham, de onze anos. Este nunca perdoou sua tutora pelo casamento forçado e mais tarde se tornou um inimigo ferrenho dos Woodvilles.

Em 1469, o Conde de Warwick, agora inimigo de Eduardo, se uniu ao Duque de Clarence, irmão do rei, e iniciou uma rebelião. Eles venceram as forças de Eduardo na Batalha de Edgecote, capturaram-no e passaram a governar em seu nome por alguns meses. O Conde se aproveitou para se vingar dos Woodvilles e também capturou o pai e um dos irmãos de Isabel. Sir Ricardo Woodville, agora Conde de Rivers, e seu filho João (o que havia se casado com a Duquesa de Norfolk), foram decapitados em 12 de agosto daquele ano.

Impossibilitado de governar efetivamente com o rei preso, Neville se viu obrigado a libertá-lo e este, gradualmente, recuperou seu poder. Warwick fugiu para a França. Ali, ele se aliou aos Lancasters, outrora seus inimigos, e os ajudou a restituir Henrique IV brevemente no controle da Inglaterra. Ele morreu no início de 1470, em batalha, tal qual o rei lancastriano, e Eduardo IV voltou ao poder.

Isabel com suas filhas e o filho Ricardo, se refugiando na Abadia.

Durante esse período de guerra, Isabel se refugiou com seus filhos na Abadia de Westminster, sob direito de santuário.

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