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Nascido na Fazenda Namorados, no município de Currais Novos, interior do Rio Grande do Norte, era filho de Tomaz Alves dos Santos e de Francisca Maria de Jesus. Em suas obras, apresenta a vida do homem sertanejo e sua vivência com a seca, a partir de relatos sobre a luta pela sobrevivência nos sertões nordestinos e dos reflexos vividos durante sua infância e adolescência.

Considerado como um escritor versátil, encontram-se vários gêneros escritos. São temas de ordem lírica, cultural, religiosa e social. Os temas religiosos são abundantes: homenagem aos santos, à fé em Jesus Cristo, à confiança em Deus. Nos temas sócio-culturais, ele destacou a violência, o flagelo da seca, a vaquejada e o cangaço.

Celestino foi um homem que viveu intensamente sua região. Os problemas do Nordeste sempre o preocuparam. Acreditava que, para haver uma mudança no cenário de vida do nordestino, era preciso uma perspectiva na política, através de uma ação de solidariedade e de melhor distribuição de renda. De forma honrosa, manteve um bom casamento com a sua grande companheira Rosilda e soube criar seus 14 filhos, repassando todo o seu legado de grande homem que foi.

Sempre usou bom senso e objetividade quando do desempenho de suas funções na defesa dos mais “desamparados da sorte”.

Sensível ao progresso, tinha uma larga visão em seus pronunciamentos e escritos. Naquela época, já defendia a Transposição do Rio São Francisco:

“No meu entender, não há tempo para pensar duas vezes, é mobilizar a maior quantidade de tratores que se possa, com firmas empreiteiras, da União, dos Estados, dos municípios e mesmo das propriedades da região, localizá-los nas imediações da Barragem de Sobradinho, no Rio São Francisco, marcar o rumo do alto Piranhas, na Paraíba, passando pelo Alto Pajeú, no Pernambuco, escavando o chão e levando água. À proporção que a água for entrando pelo sertão adentro, vai gerando riquezas e dando mão-de-obra, tirando o homem da emergência e levando-o ao trabalho produtivo”. (“O Nordeste e as secas”, Brasília, Gráfica do Senado Federal, 1983, p. 10)

Seu espírito guerreiro e sua luta em favor dos mais pobres fizeram a diferença. Era um autodidata e grande pesquisador da cultura do sertanejo, a exemplo de Guimarães Rosa e de Antônio Francisco Teixeira de Melo.

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