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Jair Rosa Pinto (Quatis, 21 de março de 1921 — Rio de Janeiro, 28 de julho de 2005) foi um dos principais futebolistas brasileiros das décadas de 1940 e 1950. Foi um dos principais ídolos da história de Flamengo, Palmeiras, Santos e Vasco.

Conhecido como Jajá de Barra Mansa (visto que Quatis, hoje município emancipado, na época era distrito de Barra Mansa), começou sua carreira futebolística no Vasco da Gama, como amador nas categorias de base. Contudo, acabou saindo do clube por haver atletas demais, segundo o próprio jogador.

Começou a carreira profissional no Madureira, atuando como meia-esquerda, em 1938, quando formou um trio com os jogadores Lelé e Isaías, conhecido como Os Três Patetas. O trio fez tanto sucesso que acabou sendo contratado pelo Vasco da Gama em 1943, onde participou do Expresso da Vitória, considerado um dos maiores elencos da história do clube. Pelo Vasco fez, 71 jogos, com 44 vitórias, 18 empates e nove derrotas, marcando 27 gols (média de 0,39 gols por jogo).

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Em 1946, saiu do Vasco e foi para o Flamengo, segundo ele, por receber menos que outros jogadores no elenco.

Do Flamengo se transferiu para o Palmeiras em 1949, após a acusação de ter sido subornado no jogo em que o clube perdeu de 5×2 para o Vasco e ter tido sua camisa queimada pela torcida. Segundo Jajá, tudo não passou de um mal entendido espalhado pelo rubro-negro Ary Barroso, devido a um almoço entre ele e Major Póvoas, dirigente vascaíno da época.

No clube do Parque Antártica, Jair ganhou a Copa Rio de 1951, o Paulistão de 1950 e o Torneio Rio-São Paulo de 1951.

A passagem marcante no Palmeiras foi na final do Paulistão de 1950, quando o Alviverde enfrentou o São Paulo na final e precisava de um empate para ser campeão. No 1º tempo, o Tricolor abriu o placar. No intervalo, Jair gritou com o time pedindo raça e, incentivando os palestinos, ocorreu o empate debaixo de uma chuva torrencial no Pacaembu e com muita lama. Ao fim do jogo, os palestinos saíram campeões, impedindo o tricampeonato do São Paulo. E a torcida, às lágrimas, comemorou carregando Jair, num dia de festa na cidade de São Paulo. O fato ficou conhecido como o “Jogo da Lama” e está registrado como um dia em que o Palmeiras venceu o campeonato com muita garra.

Em 1956, foi para o Santos, onde venceu três campeonatos paulistas (1956, 1958 e 1960). Ainda em 1957, voltou a vestir a camisa do Vasco num combinado Vasco-Santos, numa série de três amistosos no Maracanã. Jair jogou no Santos já quando veterano (tinha quase 40 anos), mas é lembrado até hoje como membro da melhor linha do Santos (que não tinha Mengálvio e Coutinho). O melhor ataque do Santos foi a que o Palmeiras enfrentou no famoso 7×6 do Torneio Rio-São Paulo de 1958, formada por Dorval, Jair, Pagão, Pelé e Pepe. Esse ataque bateu o recorde de gols do Paulistão em 58, com 143 gols, e o aumentou em 59 para 151 gols.

Jair atuou em 41 partidas pela Seleção Brasileira (39 oficiais), com 25 vitórias, cinco empates, onze derrotas, marcando 24 gols (22 oficiais). Foi o artilheiro da Campeonato Sul-Americano de 1949, com 9 gols, recorde até hoje não batido. Fez parte do All-Star Team da Copa do Mundo da FIFA: 1950, jogada no Brasil, onde foi vice-campeão. Sobre a derrota para o time do Uruguai, na final travada no estádio do Maracanã, Jair declararia: “Isso eu vou levar para a cova, mas, lá em cima, perguntarei para Deus por que perdemos o título mais ganho de todas as copas, desde 1930”. Apesar da seleção não usar numeração fixa naquela copa, Jair usava a camisa 10 sempre que jogava, portanto é tido como o primeiro jogador a usar a camisa 10 da seleção em copas do mundo.

Ainda jogou com brilho no São Paulo e depois na Ponte Preta, onde encerrou a carreira em 1963, aos 42 anos. Foi ainda técnico de oito clubes, mas sem conseguir alcançar o sucesso que teve como jogador.

Depois de aposentado, estabeleceu-se no bairro da Tijuca, onde era um popular frequentador dos cafés da Praça Sáenz Peña. Jair morreu aos 84 anos, de embolia pulmonar após uma cirurgia, e teve seu corpo cremado.

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