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cardeal dom Eugenio Sales

Morreu no final de noite dessa segunda-feira, no Rio de Janeiro, o cardeal dom Eugenio de Araújo Sales, arcebispo emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro, aos 91 anos, vítima de infarto. Dom Eugenio Sales tinha histórico de problemas cardíacos e usava um marca-passo. Ele morreu em sua casa, no Sumaré, na zona oeste da capital fluminense.

Trajetória religiosa

Nascido em Acari, no Rio Grande do Norte, em 8 de novembro de 1920, dom Eugenio de Araújo Sales era o mais antigo cardeal da Igreja Católica, segundo informação da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

Dom Eugenio foi ordenado sacerdote em Natal, em 21 de novembro de 1943, e bispo em 15 de agosto de 1954. Foi promovido a Arcebispo Primaz do Brasil em 29 de outubro de 1968, tomando posse como arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro em 24 de abril de 1971, sendo nomeado pelo papa Paulo VI.

Sua renúncia foi solicitada em 1997, quando chegou aos 75 anos. Mas por indulto especial do papa João Paulo II, seu amigo pessoal, foi autorizado a permanecer à frente da arquidiocese até completar 80 anos. Sua aposentadoria foi finalmente aceita no dia 25 de julho de 2001.

O religioso ficou conhecido por assumir a defesa de refugiados políticos dos regimes militares do Brasil e dos países vizinhos entre 1976 e 1982. Montou uma rede de apoio a estes refugiados juntamente com a Cáritas brasileira e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, que consistia em abrigá-los, inicialmente na Sede Episcopal (Palácio São Joaquim) e posteriormente em apartamentos alugados.

Dom Eugenio foi responsável pelo financiamento de estadia de refugiados, até que estes conseguissem asilo político em outros países. Existe uma estimativa de mais de 4 mil asilados ajudados pelo cardeal.

Segundo a Arquidiocese fluminense, seu lema, fundamentado na Carta de São Paulo aos Coríntios, foi: “Impendam et Superimpendar” (2Cor 12,15: “De muito boa vontade darei o que é meu, e me darei a mim mesmo pelas vossas almas, ainda que, amando-vos mais, seja menos amado por vós”).

Sepultamento

O corpo do cardeal dom Eugenio Sales, arcebispo emérito do Rio de Janeiro, chegou por volta de 12h desta terça-feira (10) à Catedral Metropolitana, no Centro, onde será velado. O caixão foi levado pelo caminhão do Corpo de Bombeiros, seguido por um comboio. Ao chegar à catedral, ele foi recebido por uma salva de palmas e pela banda da Polícia Militar. Uma pomba, que simboliza a paz, pousou sobre o caixão no momento em que foi solta.

Dom Eugenio de Araújo Sales morreu às 22h30 desta segunda-feira (9), aos 91 anos, após sofrer um infarto em casa.

Os fiéis já aguardavam do lado de fora desde a manhã para prestar uma homenagem cardeal dom Eugenio Sales . O caixão foi recebido pelo governador Sérgio Cabral, pelo prefeito Eduardo Paes e pela arcebidso do Rio, dom Orani Tempesta, que às 12h30 celebrava missa. Sobre o caixão, foi colacado uma bandeira do Brasil.

A Polícia Militar executou o Hino Nacional e a Marcha Pontifícia. Por um tapete vermelho estendido na porta da igreja, o caixão foi levado por homens do Corpo de Bombeiros até a porta do templo.

Por volta das 10h30, os fieis começaram a chegar à Catedral para participar da cerimônia. Segundo a moradora de Vila Isabel Ieda Duque Accioli, dom Eugenio fará muita falta à Igreja. “Ele era um cardeal muito participante. Deu a vida dele pela Igreja. Era muito carismático. Vai fazer falta. Era uma pessoa fechada, mas de muito bom coração”, afirmou a fiel. Já Maria de Fátima Moreira Santo, que vai todos os dias à igreja, nesta terça resolveu ir assistir à missa na Catedral para prestar uma última homenagem ao cardeal.

De acordo com o monsenhor Aroldo Ribeiro. após a Missa Exéquia que será celebrada por dom Orani, o corpo de dom Eugênio ficará exposto para que os fiéis possam se despedir do arcebispo emérito do Rio.

Depois disso, o corpo será levado para a capela, onde será feita uma vigília durante toda a noite. “Às 6h, voltam a ser celebradas missas a cada duas horas, até o momento do enterro, na cripta, no subsolo da catedral. Ele será enterrado logo após a missa de corpo presente”, explicou monsenhor Aroldo.

Segundo o pároco, dom Eugênio, sempre à frente da igreja, foi um homem sempre presente como líder nas causas sociais e também nas dimensões políticas.

“Ele tinha um senso de misericórdia e entendia muito bem o que se passa com o homem. Ao mesmo tempo sempre firme em suas ações e sensível e discreto. Um homem de Deus e da igreja, que agia muito mais quando estava em silencia. Não era um falastrão”, relembrou o pároco, que foi ordenado por D. Eugênio há 25 anos.

 

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